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Doenças crônicas no pós pandemia

Fonte: Instituto de Estudos de Saúde Suplementar

Sabe-se que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são líderes de mortalidade no mundo. Somente no Brasil, as cardiopatias matam mais de mil pessoas por dia. Esse é mais um dos problemas enfrentados nesse período de pandemia, já que milhões de brasileiros têm se afastado de seus tratamentos em função do receio de ir até as instituições de saúde.

O novo coronavírus, não sem razão, gerou um grande medo na população, afastando essas pessoas dos hospitais e dos centros de saúde. A drástica redução de atendimento cardiovascular nas emergências é só um dos efeitos desse problema. Dados do Incor (Instituto do Coração) mostram que o número de atendimentos em março deste ano caiu 50% no comparativo com o mesmo período de 2019. Ou seja, o tema deve estar na pauta do setor de saúde o quanto antes.

Mas, agora, nosso ponto é outro. Claro que não se pode ignorar esse problema e muito deve ser feito. No entanto, o pós pandemia pode ser também de mudanças mais estruturais. Como mostramos aqui, o atual cenário serviu como um gatilho para acelerar tendências que estavam no horizonte, como de dar mais importância para as doenças crônicas não transmissíveis. “O novo Coronavírus chamou a atenção para as repercussões das DCNT, principalmente quanto aos problemas cardiovasculares e da obesidade, e o quanto eles fragilizam o indivíduo. A ênfase nesse tema em nosso país deve se acelerar ao patamar do que temos observado em outros países”, apontou Almir Neto, presidente da Associação Brasileira para a Promoção da Alimentação Saudável e Sustentável (ABPASS).

“Com certeza a pandemia nos traz o imperativo de rever nossas relações com a forma de habitar o mundo de uma forma mais equilibrada. Deixa claras evidências científicas das consequências nefastas do nosso modo de vida no seio do ser planeta Terra, que já estavam anunciadas e não eram consideradas de forma mais contundente pelos governos. A pandemia, deixa também, novos meios de lidar com as crises e nos traz o desafio da equidade entre as pessoas como um fator de sobrevivência”, apontou Marcos Freire, médico do Centro de Referência em Práticas Integrativas de Saúde da Secretaria da Saúde do DF, respondendo ao público do nosso webinar “Promoção da saúde e qualidade de vida – A importância de hábitos saudáveis” que reuniu importantes especialistas no tema com diferentes experiências.

A visão de Freire também é corroborada por Alberto Gonzalez, médico autor dos livros “Lugar de Médico é na cozinha” e “Cirurgia Verde”. Para ele, é importante a mudança de visão passa pelas diferentes esferas. “Em 2016 foi aprovada a PEC que reduz os investimentos em saúde e educação por 30 anos no Brasil. Não há no curto ou médio prazo a possibilidade do governo brasileiro se interessar por mudanças de hábitos. Daí vem a oportunidade de desenvolver modelos de gestão empresarial em saúde que beneficiem os pequenos produtores rurais, a distribuição local de alimentos e inovações na distribuição de dietas hospitalares e de empresas médias e grandes”, conclui o especialista.

Também abordamos esse tema com nosso Estudo Especial “O novo Coronavírus no Brasil e fatores de risco em beneficiários de planos de saúde”.

Perdeu o webinar? Veja abaixo.

Webinar Promoção da Saúde e Qualidade de Vida

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